Árvore mais alta da Amazônia está salva das queimadas

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Árvore mais alta da Amazônia está salva das queimadas

Com 88 metros de altura, árvore mais alta da Amazônia foi identificada por sensor remoto no Pará e, em agosto, expedição por solo encontrou exemplar da espécie Dinizia excelsa, também conhecida como Angelim Vermelho.

Enquanto diferentes partes da Amazônia pegavam fogo, uma equipe de 30 pessoas fazia uma perigosa viagem, primeiro de barco e depois a pé, em busca de uma árvore em especial na floresta que atraiu a atenção do mundo por causa das chamas.
 
Pesquisadores de diferentes países, moradores locais, bombeiros e um escalador estavam à procura da árvore mais alta da Amazônia brasileira já registrada.
 
Percorreram 220 quilômetros de barco e caminharam 10 quilômetros mata adentro até encontrarem um exemplar espécie Dinizia excelsa, também conhecida como Angelim Vermelho, dentro de uma unidade de conservação estadual de uso sustentável, a Floresta Estadual do Parú, no Pará.
 
A árvore tem 88 metros de altura – algo equivalente a um prédio de 24 andares. Sua altura é um recorde para a Amazônia brasileira, que ainda não tinha registrado nenhuma árvore com mais de 70 metros de altura.
 
A descoberta da equipe coordenada pelo professor Eric Bastos Gorgens, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), virou artigo na publicação acadêmica Frontiers in Ecology and the Environment, uma das mais conceituadas revistas de ecologia do mundo.

Risco de queimada

 
A "gigante" da Amazônia estava intacta, bem longe dos focos de incêndios que alastraram por outras partes da floresta.
"O risco (de queimada) é praticamente zero. A região é muito remota, distante de qualquer concentração humana, a mais próxima está a 220 quilômetros", explica o professor da UFVJM. Ele coordenou a expedição, que contou também com pesquisadores das universidades de Oxford, Cambridge, Federal de Alagoas, Instituto Federal do Amapá, e Estadual do Amapá.
 
"Além disso, a árvore está numa região cercada por dois grandes afluentes do Amazonas, os rios Parú e Jari. Devido ao difícil acesso, a região não é visada por madeireiros, agropecuaristas, nem garimpeiros". "Até o momento", pondera o professor.
 
O exemplar da espécie Dinizia excelsa localizado pela equipe de Gorgens não é a única árvore gigante, apesar de ser a mais alta já registrada na Amazônia brasileira.
 

Sete áreas de 'árvores gigantes'

Antes de encarar a viagem pelo rio Jari, pesquisadores de universidades do Brasil, Finlândia e Reino Unido já tinham analisado dados de 594 coleções de árvores espalhadas por toda a Amazônia brasileira.
 
Usando uma espécie de "radar laser" que faz sensoriamento remoto, os pesquisadores identificaram sete regiões com árvores gigantes, todas com altura superior a 80 metros.
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